domingo, 3 de dezembro de 2023

#04 - QUEM É JESUS?

 Quem é Jesus? Essa é uma pergunta simples, mas que faz toda a diferença. Claro que para nós, cristãos, não há a menor dúvida com relação à resposta: Jesus Cristo é o Senhor. Filho de Deus, é aquele que veio dos céus, se tornou um de nós no ventre da virgem Maria, assumiu nossa humanidade, viveu entre pessoas comuns, comeu do nosso pão, bebeu da nossa água, respirou nosso ar, andou na nossa terra, entregou-se na cruz pelos nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e está sentado à direita de Deus, aguardando o momento de retornar para julgar os vivos e os mortos e para sempre reinar com seu povo no novo céu e na nova terra, onde habita a justiça. Esse, em resumo, é o que o cristianismo histórico acredita a respeito de Jesus e que está nas confissões e nos grandes credos produzidos ao longo dos séculos. O grande ponto a respeito da personalidade de Jesus, ou de sua pessoa, é a questão das fontes. Onde aprendemos a respeito de Jesus? Quais são as fontes que nos apresentam informações sobre ele? Basicamente, temos os evangelhos e as cartas escritas por discípulos de Jesus, documentos que datam do primeiro século. Desses, temos diversas cópias. São aproximadamente cinco mil cópias, produzidas ao longo dos anos, até que a imprensa fosse criada. A partir daí, essas cópias, que até então eram feitas manualmente, passaram a ser feitas de maneira mecânica. Essas cópias mecânicas reproduzem, com exatidão, aqueles documentos originais produzidos no primeiro século. Esses documentos, que são primários, nos apresentam Jesus exatamente como falamos: o Filho de Deus, o Messias esperado pela nação de Israel, que fora anunciado pelos antigos profetas seis ou sete séculos antes de ele vir ao mundo. E isso com detalhes precisos quanto ao seu nascimento, às circunstâncias e razão da sua morte e quanto às suas reivindicações. Esses evangelhos, que foram escritos por aqueles que andaram com Jesus, nos dizem que ele, com frequência, reivindicava que os seus discípulos renunciassem inclusive à própria vida para poder segui-lo; que o amassem mais que à própria família. Deveriam, inclusive, estar dispostos a renunciar, se necessário, às riquezas e aos bens materiais para segui-lo. E mais: Jesus dizia às pessoas que deveriam ter fé nele da mesma forma que tinham fé em Deus Pai. Além disso, Jesus aceitava adoração. Várias vezes, os discípulos se curvaram para adorá-lo e ele não recusou; antes, aceitou ser adorado. Jesus disse, ainda, que as pessoas poderiam pedir-lhe coisas e essas lhe seriam concedidas, da mesma forma que as pessoas pediam ao Pai. Ele fez declaração do tipo: “Quem me vê, vê o Pai!” (Jo 14.9) e “O Pai e eu somos um” (Jo 10.30). Com tudo isso em mente, vem a grande questão: de acordo com essas fontes, Jesus de fato se apresenta como o próprio Deus em forma humana. Seria essa a afirmação de um louco megalomaníaco cheio de retórica e de poderes extraordinários que ultrapassam nossa compreensão? Quando pesamos as evidências, chegamos à conclusão de que não há a possibilidade de Jesus ter sido um enganador megalomaníaco, porque ele tinha muitos inimigos e, quando disse que depois de morto haveria de ressuscitar, a coisa mais simples para os judeus e para os romanos, depois de sua morte, teria sido apresentar seu corpo. “Está aqui o corpo de Jesus! Ele não ressuscitou”. Pronto, problema resolvido, loucura confirmada. Mas não foi o que aconteceu. Onde está o corpo de Jesus? Nunca foi apresentado. Seus discípulos eram judeus. Judeus são monoteístas, criados aprendendo que só existe um Deus. Dessa forma, para que um judeu acredite que um determinado homem é Deus, isso representa uma quebra de paradigma tremenda. É uma revolução. E não foi só na cabeça de uma pessoa, foi na cabeça de doze e depois na de centenas de milhares. E aqui citamos um judeu ilustre: Paulo. Ele era um rabino extremamente preparado do ponto de vista intelectual, zeloso dentro da tradição mais nobre do judaísmo, que chegou a perseguir cristãos porque não podia aceitar aquilo que eles diziam: que Jesus era Deus. Pois bem, esse homem finalmente concluiu que estava errado e tornou-se o maior pregador do cristianismo, além de autor canônico. Portanto, quando examinamos as evidências, a pergunta se apresenta: será que um louco conseguiria produzir todo esse efeito? Seria ele capaz de criar uma doutrina que fala de amor, justiça e verdade; que demanda de você que se dê pelos seus inimigos; que o motiva a viver para a glória de Deus? Será que um louco conseguiria atrair tantas pessoas e formar aquela que é a maior religião mundial baseada no amor ao próximo e no amor a Deus? As evidências apontam como verdade o que ele disse de fato. Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus, que veio ao mundo com a finalidade de, na cruz do Calvário, derramar seu sangue para salvar pecadores. Ele não foi simplesmente um profeta judeu que os discípulos endeusaram, um iluminado, ou um reformador do judaísmo a quem os discípulos acabaram atribuindo milagres e prodígios. Não. Jesus foi exatamente aquilo que a Bíblia nos diz que ele foi. A pergunta sobre quem foi Jesus não tem muita importância se não vier acompanhada de outra: qual deve ser nossa atitude em relação a ele? Porque, se Jesus é o que afirma ser, o Filho de Deus, o próprio Deus; que tem todo o poder nos céus e na terra; que voltará; que é o único e suficiente Salvador, então a nossa atitude com relação a ele só pode ser uma: a de adorá-lo. Essa percepção nos leva a nos curvar diante dele, servi-lo, e a viver para agradá-lo e para anunciar seu nome em todo lugar. Lembre-se sempre disto: ele vive. Ele é Senhor. Curve-se diante dele. Vá a ele e receba o perdão de seus pecados e um sentido para a sua vida.

#03 - A TRINDADE É UMA DOUTRINA BÍBLICA?

 O cristianismo histórico não afirma que há três deuses, mas um só. Porém, em seu ser subsistem três pessoas distintas, sendo Deus cada uma dessas pessoas. Isso sem que seja um Deus de três cabeças, três deuses no mesmo ser ou mesmo três manifestações diferentes de um mesmo Deus. É o que chamamos de mistério. Essa concepção da Trindade se baseia em diversas passagens bíblicas que afirmam a existência de um só Deus. Em Deuteronômio, temos a famosa passagem que diz que o Deus de Israel é o único Senhor (Dt 6.4-5). Aliás, o Antigo Testamento como um todo diz que só há um Deus. Os deuses pagãos são fruto da imaginação humana e, por essa razão, não podem salvar, não podem ouvir, não podem atender. Há um só Deus, criador do céu e da terra, que é o Deus de Israel, o de Abraão, Isaque e Jacó. O monoteísmo é claramente afirmado no Antigo Testamento. Inclusive, o primeiro mandamento diz: “Eu sou o SENHOR, seu Deus, que o libertou da terra do Egito, onde você era escravo. Não tenha outros deuses além de mim” (Êx 20.2-3). Quando se chega ao Novo Testamento, a mensagem continua: “Há um só Deus...” (1Tm 2.5). Os dois Testamentos são totalmente monoteístas, insistindo sempre que só há um Deus e não há outro além dele. Porém, já no Antigo Testamento e, muito mais claramente, no Novo Testamento, se percebe que há três pessoas referidas como Deus e que são distintas. Encontramos no Antigo Testamento um ser que se chama “anjo do SENHOR”, enviado pelo Deus de Israel, mas que recebe adoração, fala como se fosse Deus, aceita que aqueles a quem ele ministra se curvem a ele, o adorem e lhe façam petições. Encontramos referências já no Antigo Testamento sobre o Espírito de Jeová, que se entristece, que acompanhou o povo de Deus na peregrinação no deserto. Quando chegamos no Novo Testamento, essa revelação fica ainda mais clara. Não somente o Pai é referido como Deus, como também continuamos encontrando referências ao Espírito Santo como sendo divino — além, é claro, da pessoa de Jesus. No famoso episódio de Atos 5 acerca de Ananias e Safira, Pedro diz: “Ananias, por que você deixou Satanás encher seu coração? Você mentiu para o Espírito Santo quando guardou parte do dinheiro para si. A propriedade era sua para vender ou não, como quisesse. E, depois de vendê-la, o dinheiro também era seu, para entregar ou não. Como pôde fazer uma coisa dessas? Você não mentiu para nós, mas para Deus!” (At 5.3-4). Há, pois, plena identificação do Espírito Santo como sendo Deus. Várias passagens do Novo Testamento se referem a Jesus como sendo Deus encarnado, Deus entre nós. Para mencionar apenas uma: o início do Evangelho de João diz que, no princípio, Jesus já existia, estava com Deus e era Deus, e que, por meio dele, Deus criou todas as coisas, e sem ele nada foi criado (Jo 1.1-5). Considerando tudo isso, identificamos passagens bíblicas que revelam haver somente um Deus, outras que se referem ao Pai como sendo Deus, outras, ainda, que destacam a divindade do Espírito Santo e outras, por fim, que se referem a Jesus como Deus. Assim, depois de muito debate e de alguns concílios, os teólogos chegaram à conclusão de que se trata de um mistério, para o qual não há capacidade de racionalização e entendimento de nossa parte. Há um só Deus, mas no ser de Deus subsistem três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo, que são igualmente divinas e possuem os mesmos honra, glória, poder e majestade. Portanto, as três pessoas divinas devem ser servidas, adoradas e obedecidas e nelas devemos crer, sem que, com isso, constituam um Deus de três cabeças, três deuses ou três manifestações do único Deus. Trata-se do Deus trino que se revela a nós na Palavra de Deus. Sempre houve à margem do cristianismo quem negasse a divindade do Filho de Deus, Jesus Cristo, bem como a do Espírito Santo. É o caso do movimento “unitário”, ou “unista”, que é muito antigo e considerado herético. Um unitarista não pode ser entendido como cristão, uma vez que a base do cristianismo é a pessoa de Cristo, sendo Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Se alguém nega a divindade de Cristo, está teologicamente fora dos limites do cristianismo histórico. Há seitas, como a Testemunhas de Jeová e a dos mórmons, que são unitaristas. Portanto, a negação da divindade de Cristo distingue o cristianismo histórico das seitas. Outro argumento que poderíamos apresentar é que, embora a palavra “Trindade” não apareça na Bíblia, encontramos as três pessoas divinas tratadas igualmente como Deus e a ele associadas. Por exemplo, no batismo de Jesus, às margens do rio Jordão, lemos que, quando ele entrou na água, os céus se abriram, o Espírito Santo desceu sob a forma de pomba e uma voz vinda do céu disse: “Este é meu Filho amado, que me dá grande alegria” (Mt 3.17). Aqui temos uma cena trinitária. Na ordem: o Filho, o Espírito e o Pai. Juntos no mesmo quadro, no mesmo evento. Mais adiante, após a ressurreição, Jesus diz aos discípulos: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Ora, o próprio Jesus mandou que os discípulos fossem batizados em nome das três pessoas da Trindade. Com isso, Jesus quis dizer que as três são iguais, têm a mesma honra e que devemos nos identificar com cada uma delas. O apóstolo Paulo, que era um judeu comprometido, muito zeloso em sua fé judaica, conheceu o Senhor Jesus no caminho para Damasco. Em suas cartas encontramos vários textos trinitarianos, como: “Todo louvor seja a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou em Cristo com todas as bênçãos espirituais nos domínios celestiais” (Ef 1.3). Em seguida, Paulo diz que Jesus tomou a forma humana e, com seu sangue, nos libertou de nossos pecados. Ele prossegue, dizendo que o Espírito Santo sela o nosso coração quando ouvimos essas verdades. Portanto, vemos em Efésios 1 o desenvolvimento da história da redenção de forma trinitária. O Pai planejou, o Filho executou e o Espírito Santo aplica, hoje. E mais: Paulo afirma, em 1Coríntios 12.4, que há um Senhor que concede os ministérios e há um só Deus que realiza essas coisas. Essa é mais uma passagem trinitária. Poderíamos citar muitas outras passagens em que o Pai, o Filho e o Espírito Santo aparecem associados na Bíblia. Assim, mesmo que a palavra “Trindade” não exista na Escritura, a conclusão a que chegamos estudando a Bíblia é que há uma Trindade divina. A doutrina está claramente discernível. O nosso Deus, nosso único Deus verdadeiro, é trino, ou seja, ele subsiste na forma ou na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Os três são distintos: o Pai não é o Filho; o Filho não é o Pai; e os dois não são o Espírito Santo, mas os três são o mesmo Deus. Essa é uma doutrina fundamental para o cristianismo histórico. As seitas unitárias afirmam que Jesus foi criado por Deus Pai, que seria um deus menor ou um anjo que visitou nosso planeta. Dizem, ainda, que os discípulos se equivocaram ao adorar Jesus e que, ao lhe dirigirem orações, oraram ao Pai em nome dele. Porém, quando se nega a Trindade, se nega a divindade de Jesus e a pessoalidade do Espírito Santo. Quem defende tais ideias terá de explicar sobre o Espírito Santo, já que não admite sua pessoalidade. Daí dizem que se trata de uma “força”, uma “energia que vem de Deus”, uma “manifestação de Deus” e assim por diante. A única conclusão é que o unitarismo, que nega o conceito de Trindade, não pode ser considerado cristianismo.

#02 - PODEMOS CONHECER DEUS?

Sem dúvida nenhuma, podemos conhecer Deus. Isso só é possível porque ele se revelou a nós. Não temos, por nós mesmos, como conhecê-lo, pois, se Deus é espírito, o totalmente outro, o criador de todas as coisas, onisciente, onipotente e onipresente, ele é um ser de outra ordem. Assim, para chegarmos a conhecer Deus, teríamos de ser muito parecidos com ele, ou ter acesso a ele de alguma maneira — talvez pela razão. O problema é que a razão se encontra, hoje, manchada pelo pecado. O ser humano de nossos dias não raciocina como no início, por conta dos “efeitos noéticos do pecado”. A transgressão afetou a capacidade do homem de entender as coisas de Deus. Além disso, sendo ele espírito, não se pode conhecer o Criador por meio dos sentidos, que são as portas humanas para o conhecimento. Portanto, não há possibilidade de se conhecer a Deus, quem ele é ou ao que se propõe, simplesmente refletindo sobre isso ou tentando de alguma forma ter uma experiência sensorial com Deus. Há quem ache que observando a natureza, já que ela é algo criado pelo Senhor e provém dele, seria possível entender quem ele é. O nome disso é teologia natural, a tentativa de formular alguma coisa sobre Deus a partir da observação da natureza. Mas é um conhecimento muito confuso, basta observar a história das religiões: pela observação da natureza, as pessoas chegam a diferentes conclusões. Uns acabam adorando a própria natureza, como se ela fosse Deus; outros acham que a natureza é Deus e Deus é a natureza (um pensamento que chamamos de panteísmo ou panenteísmo). Logo, fica-se perdido na tentativa de imaginar quem é Deus ou descobrir quem ele é a partir de nós mesmos. A Bíblia diz que, no início de todas as coisas, quando Deus criou o primeiro homem e a primeira mulher, esse problema não havia. A humanidade se relacionava com Deus sem impedimentos. A natureza humana não conhecia o pecado, era pura, inocente, santa, assim como Deus é. E havia, então, essa comunicação mútua entre Deus e o ser humano. Mas a Escritura também nos diz que, depois que o primeiro casal virou as costas para o Criador, a humanidade perdeu a capacidade de se relacionar com Deus e de entender as coisas divinas. O apóstolo Paulo diz que o homem natural não aceita as verdades do Espírito de Deus, pois elas lhe parecem loucura, e ele não consegue entendê-las, pois apenas quem é espiritual consegue avaliar corretamente o que diz o Espírito (1Co2.14). O homem natural rejeita a revelação que Deus faz de si mesmo e, consequentemente, substitui a revelação divina por sua própria concepção a respeito de Deus. E isso é um mecanismo falho, pois, por mais que tentemos, nunca chegaremos a conhecer Deus por nós mesmos. É interessante que a Bíblia diz que o ser humano está cego, morto para as coisas de Deus, quando se refere a ele no seu estado natural. A Escritura afirma que o homem é incapaz de ver a Deus, de conhecê-lo e se relacionar com ele, justamente porque o pecado nos separa do Senhor: “Vocês estavam mortos por causa de sua desobediência e de seus muitos pecados, nos quais costumavam viver, como o resto do mundo [...]. Todos nós vivíamos desse modo, seguindo os desejos ardentes e as inclinações de nossa natureza humana” (Ef 2.1-3). Isaías diz que Deus está pronto para nos ouvir e nos atender, mas os nossos pecados fazem separação entre nós e ele (Is 59.2). Logo, há este grande empecilho para se conhecer a Deus: o ser humano no estado em que se encontra, marcado pelo pecado, pela desobediência e pela rebeldia de seu coração, não tem como conhecê-lo por si mesmo. Ele não pode entender Deus ou defini-lo como faz com os fenômenos naturais, os quais analisa e compila, para os quais elabora hipóteses, que ele testa em laboratório e para os quais ele, finalmente, formula conclusões acerca do que pode ser uma lei ou uma definição. Deus não se sujeita a isso, porque ele é espírito, eterno, totalmente outro da criação, diferente, transcendente. Ele não se encaixa em nossas categorias de definição. Mas ele se revelou. Na sua misericórdia, no seu grande amor, Deus se deu a conhecer. Ele fez isso por meio de uma nação, Israel, a quem escolheu para revelar-se ao mundo. E de Israel veio Jesus, a encarnação plena, completa e perfeita de Deus. É Deus feito carne, é a expressão exata do ser de Deus. Em Jesus Cristo, Deus veio ao nosso encontro, se deu a conhecer a nós, andou conosco, participou da nossa vida e da nossa humanidade. Em Jesus temos a maior revelação de Deus, a revelação final. Deus encarregou alguns dos que andavam com Jesus de escrever essa revelação. O Novo Testamento é exatamente isso. Os evangelhos são o testemunho que os apóstolos nos deram, por escrito, da vida e da obra de Jesus. Atos, por sua vez, é o relato de como aqueles primeiros discípulos viveram à luz da morte e ressurreição de Jesus. As cartas que os apóstolos escreveram deram as interpretações, autorizadas por Deus, do significado da morte e da ressurreição de Jesus Cristo. E Apocalipse nos fala a respeito da segunda vinda de Jesus e do encerramento de todas as coisas. Em resumo: é possível conhecer Deus? Sim, é, mas somente à medida que ele se revela a nós na pessoa de Cristo, conforme registrado nas Escrituras.

#01 - DEUS EXISTE?

A pergunta “Deus existe?” é uma das mais antigas da história da humanidade, e parece que nunca sai de moda. Em nossos dias, os estudantes universitários são especialmente suscetíveis a esse questionamento por não raro serem postos frente a frente com professores ateus, materialistas e evolucionistas, e se veem lutando contra essa questão. Quando as pessoas pedem provas da existência de Deus, na verdade estão se referindo a uma demonstração matemática, física, química, científica de que Deus existe ou não. E isso é impossível, uma vez que Deus, no conceito cristão, não pode ser submetido às leis que ele próprio criou e que são o objeto da ciência. As ciências se preocupam com o mundo concreto, palpável e tangível, com leis, pesos, distâncias, massas e relações de forças, e não é possível submetermos Deus a esse tipo de experimentação ou investigação. Na concepção cristã, Deus é espírito eterno, invisível, onipotente, onisciente, Criador de todas as coisas. Aquilo de que a ciência se ocupa, que é o mundo material, na verdade não é Deus, mas a criação dele e a expressão da sua graça, de seu poder e de seu amor. Portanto, o que podemos dizer é que, se por “prova” entende-se “prova científica”, então a resposta é “não”, não se pode provar cientificamente a existência de Deus, como também não se pode provar a sua inexistência. É preciso tomar cuidado para não transformar a ciência numa espécie de verdade absoluta ou de referência final de todas as coisas. Muitos querem fazer isso, especialmente os materialistas e, com certeza, os ateus, os quais defendem que o mundo é aquilo que pode ser tocado, visto, provado, cheirado, experimentado e submetido às leis do método científico empirista de averiguação e pesquisa. Naturalmente, essa é uma visão muito reducionista de mundo, de realidade. É limitado pensar que tudo o que existe se resume a química, interação de átomos e esse tipo de coisa. Deus é muito mais do que isso, portanto não pode ser submetido a esse tipo de experimentação. A verdade é que perguntas dessa categoria são feitas por pessoas que um dia já tiveram a consciência da existência de Deus, pois ninguém nasce ateu. Toda pessoa nasce com a consciência da existência de um ser superior. Pode ser que ela não o conheça com o nome de “Deus”, mas essa consciência de que existe um ser maior, uma realidade que vai além dos nossos olhos, um poder por trás do mundo observável, um ser intangível, é comum a todas as tribos, línguas e nações de todas as épocas. Todas as culturas têm religiões, das mais antigas e primitivas às mais avançadas e contemporâneas. Filósofos e cientistas ateus, especialmente no ápice do iluminismo e do racionalismo, chegaram a profetizar o fim da religião. Disseram que o progresso humano e a ciência acabariam por eliminar a religião do coração humano e que a ciência se tornaria suprema. Mas, hoje, observamos que o mundo é tão religioso como sempre foi. As religiões estão em todo lugar. As pessoas invocam seus deuses e creem que existe uma realidade além da que nos cerca. Por quê? Porque isso é inato ao ser humano. Como disse, ninguém nasce ateu, as pessoas se tornam ateias. Para que elas cheguem a esse ponto, precisarão sufocar aquela vozinha que há dentro do coração, na consciência, que diz: “Há uma realidade além da nossa. Nós não somos deuses. O mundo não surgiu por acaso. Há um ser que domina, controla, guia, abençoa, ouve e intervém na realidade humana”. O que me preocupa mais não são os ateus. O que me preocupa é a quantidade de brasileiros que dizem crer em Deus, mas vivem como se ele não existisse. Eu os chamo de “ateus práticos”, adeptos do “ateísmo cristão”. São indivíduos que confessam publicamente acreditar que Deus existe e está em nosso meio, porém, quando questionados sobre as implicações disso em sua vida, afirmam não saber ao certo. Esses sujeitos fazem tudo em sua vida sem que Deus influencie suas ações. Eles não falam com Deus, não perguntam nada a ele, não querem saber o que o Senhor pensa sobre sua vida, não recorrem a Deus quando estão preocupados. Talvez, quando a tribulação ou a doença chegar, o ateu cristão se lembrará de Deus. Uma campanha ateísta de 2009, lançada na British Humanist Association, utilizou um slogan que dizia: “Provavelmente Deus não existe. Agora pare de se preocupar e desfrute da vida”. Creio que esses ateus foram honestos em dizer “provavelmente”, pois não podem provar o que estão afirmando. Então, se há um risco de Deus existir, é melhor aproveitar a vida crendo nisso.

domingo, 30 de abril de 2023

O QUE SIGNIFICA LÍNGUAS DOS ANJOS?

Muito se discute a respeito do dom de línguas na Bíblia, se ele ainda existe ainda hoje ou não. Um texto que me intriga muito é 1 Coríntios 13:1, onde Paulo fala a respeito das línguas dos anjos. Que línguas são essas? Seria esse falar em línguas que vemos muitas pessoas falando nas igrejas e que não entendemos muito bem?” meus Caros, a questão do falar em línguas realmente é um tema muito polêmico, que por séculos tem provocado diversos debates. Porém, sobre esse texto creio não haver tanta polêmica, pois é um texto onde não temos tantas dificuldades na interpretação. Vejamos juntos o que significa línguas dos anjos ali:

1.1. O texto cita é este:Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine” (1Coríntios 13:1). A primeira coisa a se compreender sobre esse texto é que a Bíblia em nenhum momento menciona que existam línguas (idiomas) especiais que os anjos falam. Sempre que anjos são mencionados conversando com pessoas eles falam a língua da pessoa e não uma língua própria que poderia ser chamada de línguas dos anjos. Dessa forma, afirmar que anjos falam em línguas especiais baseados única e exclusivamente no texto de Paulo é algo muito equivocado como veremos a seguir.

1.2. Isso nos leva a pensar: O que Paulo quis dizer com línguas dos anjos? Seria uma revelação feita apenas a ele de que os anjos falam em línguas especiais que os seres humanos não entendem? A resposta é não! Uma avaliação cuidadosa do texto e contexto (regra básica da interpretação correta) nos revela claramente o que Paulo quis comunicar ali. Paulo usou uma figura de linguagem chamada HIPÉRBOLE. O dicionário Priberan Online define essa palavra como “Figura de retórica que corresponde ao exagero com efeitos enfáticos no sentido das palavras ou das frases”. Isso significa que Paulo usou de vários “exageros” nesse texto para enfatizar seu ensino. Inclusive quando usou línguas dos anjos também usou de uma hipérbole.

1.3. Mas como saber que Paulo usou de hipérbole nesse texto? Se você observar em todo o contexto, Paulo usa de diversas hipérboles para fortalecer seu ensino. Por exemplo, vejamos algumas: “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência” (1Coríntios 13:2). Como alguém pode conhecer todos os mistérios e toda a ciência? Aqui temos um exagero proposital de Paulo para enfatizar o argumento de seu ensino. Ele continua: “ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei” (1 Coríntios 13:2). Você já viu alguma montanha mudar de lugar por causa de alguém que exerceu a fé? Óbvio que não! Temos aqui também mais uma hipérbole usada por Paulo. “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1Coríntios 13:3). Aqui Paulo também trabalha a figura do exagero, já que é impossível que alguém entregue 100% de seus bens. Algo sempre a pessoa vai ter. Outra coisa, em sã consciência, quem irá entregar seu próprio corpo para ser queimado? Mais uma figura de linguagem hiperbólica de Paulo.

1.4.  Assim, fica evidente que nos versos de 1 a 3 de 1 Coríntios 13 Paulo usou diversas hipérboles, incluindo o termo “línguas dos anjos” como figuras de linguagem para promover o seu ensino sobre a importância do amor.  

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Será necessário reencarnar muitas vezes?

TEXTO BÍBLICO (Hebreus 9.27,28) 

27 E, como está ordenado aos homens morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, 28 assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá a segunda vez, não por causa do pecado, mas para a salvação dos que esperam por ele.

reencarnação é uma doutrina que não tem origem na Biblia. Muitos que nela acreditam esperam evoluir espiritualmente por meio de diversas reencarnações purificadoras de suas almas. O texto bíblico é claro ao afirmar que os homens morrerão apenas uma vez e depois enfrentarão o justo juízo de Deus. Se fosse verdade que pagamos os nossos pecados por meio de várias reencarnações, por que então foi necessário que Cristo morresse na cruz? Teria a morte de Cristo ocorrido em vão? A nossa esperança está na ressurreição, pois a reencarnação não é ensinada na Bíblia.

REFLEXÃO:

1. Será que a humanidade está evoluindo espiritualmente como ensinam os reencarnacioonistas?

2. Se a reencarnação fosse uma realidade, não seria esperável que todos se lembrassem das vidas passadas?

3. Se os espíritos dos mortos reencarnam, como pode a população mundial crescer tanto? De onde vêm tantos espíritos?

4. Deveríamos imaginar que o nosso corpo é apenas uma prisão do espírito? Não foi Deus quem criou o corpo humano?

#119 (VIDA ETERNA) 

Não será verdade que a morte é o fim de tudo?

(João 5.28,29) 
5.28 Não vos admireis disso, porque virá a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão; 
5.29 os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem feito o mal, para a ressurreição da condenação. 


AIguns dizem: "Morreu, acabou". Essas pessoas acreditam que não existe justiça no universo em que vivemos e acham que somos apenas um amontoado de moléculas e mais nada. Por causa dessa ideia, alguns até se sentem motivados a viver uma vida extravagante e inconsequente, pensando que a morte é o fim de tudo. Acham que, já que só temos essa vida sem sentido, devemos aproveitá-la para desfrutar o máximo de prazer possível. Deus, porém, afirma que isso não é verdade. Quer muitos acreditem quer não, chegará o dia quando seremos chamados por Deus para prestarmos contas de nossas vidas. Portanto, é melhor viver a vida com muito cuidado, pois a morte não é o fim de tudo.

Reflexão:

1. Você já viu alguém falar com segurança que a morte é o fim de tudo quando está prestes a morrer?

2. O que seria de uma sociedade se todos pensassem que a morte é o fim de tudo? 

3. Por que muitos vivem como se nunca fossem morrer? Não é uma loucura viver assim?

#118  (VIDA ETERNA)